Tendo terminado a 15 de Agosto a Fase Diocesana do Sínodo 2023, segue-se a Fase Continental do processo sinodal. Com a ajuda da página oficial do Sínodo, tentaremos explicar de forma acessível em que consiste esta esta etapa.
“A Fase Continental consiste num tempo de escuta e discernimento de todo o Povo de Deus e de todas as Igrejas locais em base continental, levando a uma série de assembleias continentais”, explica o site do Sínodo.
Esta fase não é, portanto, uma réplica da anterior, significando antes “um aprofundamento desse processo de discernimento pelas pessoas identificadas para representar as Igrejas locais nos processos de pré-assembleia antes de cada Assembleia Continental”.
A Fase Continental é marcada pelo Documento para a Etapa Continental (DCS, também chamado de Instrumentum Laboris 1), elaborado por especialistas “após cuidadosa reflexão sobre os frutos da primeira etapa a partir de sínteses de todas as Conferências Episcopais da Igreja Universal, bem como das Igrejas Orientais, e grupos como Institutos Religiosos, Movimentos Leigos e assim por diante”. Este documento será lançado no final de Outubro.
De acordo com a Secretaria do Sínodo, esta fase continental surgiu para sublinhar o movimento dialógico entre a Igreja universal e a Igreja particular (as comunidades cristãs individuais de um território circunscrito, dirigidas por um bispo) e incentivar a criação ou fortalecimento de vínculos de Igrejas vizinhas.
Para percebermos as particularidades desta fase, é importante que nos distanciemos “de uma visão meramente temporal e espacial” e que adoptemos a abordagem dialógica existente entre a Igreja universal e a Igreja particular num único e diferenciado processo que “envolve sempre, mas de forma diferenciada, todo o Povo de Deus”.
É precisamente por estas razões que não há uma data exacta para o início da Fase Continental – o Sínodo deve ser entendido como um processo de continuidade e de movimento contínuo –, sendo que algumas regiões já planearam algumas actividades que se encaixam nesta Fase.
A todos os Continentes é pedido que tenham à disposição pessoas e processos para planearem as etapas da jornada em direção à sua Assembleia eclesial regional a ser concluída antes de 31 de Março de 2023.
Apesar do nome desta fase, tal não significa que haja cinco encontros continentais. Para este Sínodo, a proposta de encontros é a seguinte: Europa (CCEE), América Latina e Caribe (CELAM), África e Madagascar (SECAM), Ásia (FABC), Oceania (FCBCO), América do Norte (EUA e Canadá) e Médio Oriente, que verá especificamente a contribuição das Igrejas Católicas Orientais.
“A intenção da etapa continental é aprofundar o nosso discernimento sobre o que emergiu da etapa anterior de escuta local e nacional, com o objectivo de formular com mais precisão as questões abertas e melhor fundamentar e aprofundar as intuições provenientes das Igrejas locais, agora numa perspectiva continental”, pode ler-se no site do Sínodo.
O Documento para a Etapa Continental irá ajudar a essa reflexão, facilitando o trabalho de diálogo, escuta e discernimento a nível continental.
“É importante entender o Documento para a Etapa Continental, não como um documento a ser alterado, corrigido ou ampliado em vista da etapa universal, mas como um verdadeiro guia para um discernimento permanente, fruto da escuta do Povo de Deus”, sublinham os responsáveis.
Esta fase também quer ser uma oportunidade para escutar as realidades à margem da Igreja não integradas na etapa anterior. A Secretaria do Sínodo sublinha que esta etapa ainda não é o momento de sugerir respostas, nem de decidir sobre linhas de acção.
As Assembleias continentais irão decorrer entre Janeiro e Março de 2023. As contribuições – compiladas num Documento Final – destes sete encontros terão que ser submetidas até 31 de Março do mesmo ano.
É suposto que estes encontros sejam eclesiais e não episcopais, ou seja, que os participantes reflictam a variedade do Povo de Deus.
“Esperamos também a participação de delegados fraternos de outras confissões cristãs e representantes de outras religiões e tradições de fé, bem como algumas pessoas sem filiação religiosa, mas conscientes da importância de «caminharmos juntos» também para as nossas sociedades”, é possível ler-se.
A Etapa Continental será concluída com a celebração das Assembleias Continentais e a elaboração do Documento Final da Etapa Continental já referido.
Pode ler aqui as questões frequentes sobre esta fase.
Em síntese:
1) No final de Outubro de 2022, será publicado o Documento para a Etapa Continental (também chamado de Instrumentum Laboris 1), que pretende orientar esta fase a partir das contribuições recolhidas na anterior.
2) Haverá sete Assembleias Continentais, a decorrer entre Janeiro e Março de 2023.
3) As contribuições dessas assembleias serão compiladas num Documento Final, a ser submetido até 31 de Março de 2023, terminando assim esta fase.
4) A Fase Continental tem como grandes objectivos sublinhar o movimento dialógico entre a Igreja universal e a Igreja particular e incentivar a criação ou fortalecimento de vínculos de Igrejas vizinhas, bem como incluir pessoas que, por alguma razão, ficaram à margem na etapa anterior.